Maioria dos municípios do Pará não quer Jatene

O Pará tem 5,1 milhões de
eleitores. A maioria foi às urnas no último domingo. Entretanto, índice
de abstenções foi considerado alto (Foto: Octavio Cardoso)
Desde o
último domingo, o Pará está dividido. O que foi evitado com a realização
de um plebiscito em dezembro de 2011 acabou acontecendo nas urnas:
48,08% dos eleitores paraenses disseram “sim” à proposta de mudança na
forma de governar, acreditando em um Estado igualitário para todos.
Helder Barbalho, candidato da coligação
“Todos pelo Pará” venceu em 83 municípios, ou mais de 57% do total de
144. Simão Jatene conseguiu a reeleição em 61. O mapa de votações mostra
uma clara divisão entre as regiões que receberam mais recursos e
projetos do governo tucano contra as que ficaram isoladas durante os
últimos quatro anos.
Os eleitores que deram 51,92% de votos a Jatene estão localizados, em sua maioria, na Região Metropolitana de Belém.
Partido ao meio, o Pará elege um governo mais fraco após a disputa eleitoral. Chamou a atenção nas eleições de domingo o alto índice (25%) de abstenções (não comparecimento às urnas) e votos brancos e votos nulos: 32,9% dos eleitores, ou 1,6 milhão de paraenses não manifestou apoio a nenhum dos dois candidatos. No Brasil, o município paraense de Melgaço, localizado na Ilha do Marajó, foi o que registrou o maior número de abstenções, com 44,57% do total de 6.260 votos válidos.
Partido ao meio, o Pará elege um governo mais fraco após a disputa eleitoral. Chamou a atenção nas eleições de domingo o alto índice (25%) de abstenções (não comparecimento às urnas) e votos brancos e votos nulos: 32,9% dos eleitores, ou 1,6 milhão de paraenses não manifestou apoio a nenhum dos dois candidatos. No Brasil, o município paraense de Melgaço, localizado na Ilha do Marajó, foi o que registrou o maior número de abstenções, com 44,57% do total de 6.260 votos válidos.
O Pará tem 5,1 milhões de eleitores. Jatene
teve 1.858.869 votos. Isso significa que o atual governador foi reeleito
por menos de 40% do eleitorado paraense.
COMPRA DE VOTOS
COMPRA DE VOTOS
O 2º turno da campanha eleitoral no Pará foi
marcado por calúnias e denúncias de compra de votos. A distribuição de
mais de R$ 30 milhões em forma de Cheque Moradia foi a informação que
mais resultou em denúncias. Pessoas de todas as partes decidiram
denunciar a farta distribuição de uma dinheirama na reta final das
eleições.
De todo o interior do Estado chegavam
informações sobre a distribuição de Cheques Moradia. No município de
Igarapé-Miri, região do Baixo Tocantins, por exemplo, as informações
eram de que cerca de mil pessoas receberam os cheques dia 22. A
distribuição ocorreu na escola Professor Manoel Antonio de Castro, em
frente à delegacia da cidade.
O cadastramento das pessoas e a entrega dos
cheques foram feitos pelos professores Duval (diretor da escola) e
Eliana (secretária do PSDB no município), e por Dilza Pantoja,
ex-prefeita de Igarapé-Miri, condenada por improbidade administrativa e
hoje respondendo a processo na vara federal penal.
O Cheque Moradia é um importante programa
social. O problema é que o governador Simão Jatene e seus comparsas se
aproveitaram do momento para usar a distribuição de cheques em troca de
votos.
PROGRAMA
PROGRAMA
O que deveria melhorar a vida da população
através da construção, ampliação ou melhoria das casas dos beneficiários
acabou contaminado por completo pela prática do crime eleitoral. Em
Ponta de Pedras, o programa ludibriou centenas de famílias e frustrou o
sonho da casa própria.
As denúncias recebidas pelo DIÁRIO e
encaminhadas ao Ministério Público revelam um grande esquema onde
intermediários, principalmente lideranças comunitárias, negociavam com a
população carente a entrega de Cheques Moradia em troca da retenção do
título de eleitor até o dia da votação.
Os líderes comunitários foram acusados de
embolsar uma boa parcela do recurso oriundo dos cheques. Alguns deles
estariam cobrando até R$ 2 mil de comissão. As famílias que aderem ao
pagamento do líder recebem o cheque quase que imediatamente, enquanto o
restante que se nega a pagar aguarda há mais de um ano pelo benefício.
Muitas pessoas foram surpreendidas no
momento em que receberam o cheque, já que algumas não sabiam que
deveriam fazer o pagamento dessa quantia. Quando ficam sabendo que a
pessoa está indo receber o cheque, as “lideranças” aguardam na porta da
Cohab para fazer a cobrança.
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(Diário do Pará)